Inclusão e autonomia marcam ações em Guarapuava no Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual

No Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, associação destaca avanços, autonomia e desafios enfrentados pela comunidade

13/12/2025 10H50

Foto: Secom

Neste sábado (13 de dezembro de 2025) é celebrado o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, data criada em 1961 com o objetivo de combater o preconceito, enfrentar a discriminação e promover a inclusão social de pessoas cegas e com baixa visão. Em Guarapuava, a Prefeitura, em parceria com diversas instituições, desenvolve ações contínuas voltadas ao acolhimento, à orientação e ao fortalecimento da autonomia desse público. Entre essas instituições está a APADEVI  (Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais), que há 35 anos oferece suporte e atendimento especializado a dezenas de alunos.

Um desses alunos é Vinícius Bail, atual vice-presidente da APADEVI e integrante da instituição desde 2014. Deficiente visual há 11 anos, ele também atua como vice-presidente do CONDEG (Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Guarapuava).

Ao falar sobre a rotina, Vinícius afirma que divide seu tempo entre as atividades da associação, a participação nas discussões de políticas públicas e a prática esportiva. “Estamos sempre lutando por direitos e pela melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência. Na minha rotina, também sou atleta ou tento ser e estou sempre treinando e me dedicando ao esporte”, relata.

Sobre os principais desafios que enfrenta, ele destaca a falta de inclusão e de preparo de muitos espaços para receber pessoas com deficiência. Para Vinícius, esse cenário é agravado por atitudes de desatenção e pela falta de empatia. “Locais que não são preparados e a falta de empatia geram o preconceito”, afirma.

A autonomia, segundo ele, é algo construído diariamente. “Minha autonomia é construída através de técnicas que aprendo na instituição e também com coragem, enfrentando desafios e barreiras”, explica.

Vinícius lembra que o primeiro contato com a APADEVI foi um momento difícil, marcado pelo processo de aceitação e adaptação à nova realidade. O que mais o surpreendeu, diz, foi perceber que pessoas com deficiência visual realizavam atividades que ele acreditava que não conseguiria mais desempenhar. Essa vivência transformou sua confiança e independência ao longo dos anos. “Aprendi técnicas, tive apoio de professores que me ensinaram como viver nesse novo mundo.”

Ele também reforça a importância da empatia e da compreensão social sobre o que significa viver com deficiência visual. “As pessoas precisam entender que a pessoa com deficiência não é menos capaz. Pelo contrário, ela está todos os dias provando sua capacidade.” Vinícius destaca ainda que muitos não conhecem a APADEVI e que espaços como esse são fundamentais para o desenvolvimento e a qualidade de vida das pessoas com deficiência visual.

Ao refletir sobre o significado do Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, Vinícius considera a data uma oportunidade de reflexão e conscientização. “O dia 13 de dezembro representa um dia para pensar e refletir sobre a deficiência visual. Muitas pessoas acham que a deficiência é o fim, mas quando conhecem a realidade da APADEVI percebem que é, na verdade, um novo começo.”

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