Agilidade do Samu e apoio de 50 socorristas foram fundamentais para os atendimentos das vítimas do tornado
Base do Samu em Guarapuava, é a mais recente no Estado e se mostrou fundamental nesse trabalho

Prestar atendimento pré-hospitalar de urgência e emergência de forma ágil e qualificada e chegar rapidamente ao local do incidente para evitar o agravamento da saúde do paciente, sequelas ou morte, são fundamentos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) conta com 100% de cobertura do serviço do Samu no Paraná e, no momento dos primeiros atendimentos aos feridos atingidos pelo tornado em Rio Bonito do Iguaçu, esse sistema fez toda a diferença.
A base do Samu Regional Centro, em Guarapuava, integrante da 5ª Regional de Saúde, é a mais recente em atuação no Estado, e foi a que completou a cobertura do serviço no Paraná. “A base de Guarapuava foi inaugurada em 2022 com apoio do Governo e vem desenvolvendo um importante trabalho nos atendimentos na região. E agora se mostrou fundamental nesse momento para os trabalhos em Rio Bonito do Iguaçu”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
O Samu Regional Centro encaminhou para Rio Bonito do Iguaçu, imediatamente após a ocorrência, quatro ambulâncias de suporte básico (com condutor e técnico de enfermagem); duas ambulâncias de suporte avançado (com equipe composta por médico, enfermeiro e condutor) e foram montadas outras duas ambulâncias de suporte avançado para serem utilizadas na retaguarda.
Ao todo, foram mobilizados cerca de 50 profissionais entre condutores socorristas, médicos, técnicos de enfermagem, enfermeiros, farmacêuticos e coordenações que executaram em torno de 85 atendimentos entre primários e secundários. Foram mantidas equipes extras, fazendo rondas no fim de Anderson Bender é condutor socorrista na Base do Samu em Rio Bonito do Iguaçu há cerca de 3 anos e foi um dos primeiros a iniciar os trabalhos de socorro. Ainda bastante abalado, ele contou que somente nessa segunda-feira (10 de novembro de 2025) está conseguindo ver realmente a proporção da ocorrência, pois entre sexta-feira e domingo, ficou focado nos atendimentos e em auxiliar vizinhos e conhecidos. “Hoje é que realmente estou conseguindo entender, ver a dimensão exata de tudo. Foi muito rápido, do mesmo jeito que o tornado veio, ele se foi, mas o que ele levou foi muito triste”, disse.
O profissional, que nunca tinha passado por uma situação nem parecida no trabalho, relatou que estava de plantão na sexta-feira (7), por isso estava na Base do Samu. Enquanto se preparava para as férias, treinava um colega para assumir sua função. e, no fim da tarde, eles perceberam uma formação de ventos.
“Era um barulho muito forte, mas como falei, quando percebemos que era algo além de um temporal com chuva, o tornado já tinha passado e foi aí que as pessoas começaram a pedir socorro”, explicou. “Eram pessoas feridas chegando de todos os lados, nós tivemos que fazer uma triagem para atender do mais grave para o menos. As pessoas vendo em você a salvação, pedindo para serem levadas, não consigo explicar como foi desesperador”.
Mas, como profissionais treinados para o socorro, ele e os colegas focaram no atendimento e conseguiram atender da melhor forma. Naquele dia, ele trabalhou ininterruptamente até às 2 horas da madrugada e mesmo preocupado com a família, uma vez que não havia como fazer contato com ninguém, seguiu atendendo e transportando os feridos. “Minha casa foi descoberta e a estrutura danificada, tanto que vamos ter que reconstruí-la. Mas, meus familiares não se feriram. E, de tudo que vivenciei nos atendimentos, isso é o que realmente importa”, disse.
Profissionais do Samu de Cascavel também se deslocaram para a ocorrência. “Fomos acionados por volta de 21h30 na sexta-feira pela nossa direção, disponibilizamos seis ambulâncias, três de suporte básico e três avançado, mobilizamos as equipes que estavam de folga e nos deslocamos até Rio Bonito do Iguaçu”, contou o enfermeiro coordenador da Base Cascavel do Samu, Adeilson Gustavo Pimentel dos Santos.
Ela relatou que o cenário na cidade era desolador. Muita gente ferida e a cidade praticamente destruída. “Como tínhamos a missão de transportar vítimas para Cascavel, seguimos até Laranjeiras do Sul onde pegamos as vítimas e retornamos ao município”, relatou. “Apesar de toda a destruição que encontramos em Rio Bonito, a mobilização dos atendimentos chamou a atenção. Muita ambulância, muitos profissionais de saúde, todos engajados para prestar o devido socorro.”
O Consórcio de Saúde dos Municípios do Oeste (Consamu) não integra os atendimentos na região de Rio Bonito do Iguaçu, mas mesmo assim, diante da gravidade da situação, foi efetuada uma força-tarefa de atendimentos. “Somos uma rede de atendimentos e prestamos todo o apoio, ainda seguimos mobilizados e se preciso, nos deslocamos para qualquer região”, completou Pimentel.
ATENDIMENTOS
A Secretaria da Saúde informou no começo da tarde dessa segunda-feira (10) que 21 pessoas seguem internadas nos hospitais da região em função do evento climático. Dos internamentos, 13 estão em Guarapuava: 6 no Hospital São Vicente de Paulo e 7 no Hospital Santa Tereza. Outros 5 pacientes estão em Laranjeiras do Sul: 2 no Hospital São Lucas e 3 no Instituto São José. No Hospital Universitário de Cascavel permanecem 3 pessoas.
Os atendimentos hospitalares continuam sendo realizados com o apoio dos insumos e medicamentos enviados pela Sesa no fim de semana, em operação coordenada pelo Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar) e pelo Centro de Operações de Medicamentos e Produtos (Comp), que garantiram o abastecimento emergencial das unidades de saúde.
FORMAÇÃO
Na última quinta-feira (6), mais de 50 profissionais integrantes dos serviços de saúde dos municípios que compõem a 5ª Regional de Saúde participaram em Guarapuava do SCI - Curso de Sistema de Comando de Incidentes. A formação foi ofertada pela Sesa e Defesa Civil. A 5ª Regional de Saúde foi a primeira a receber a instrução que será oferecida em todas as demais Regionais.
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