Se você está esperando a quarentena passar, para voltar ao normal você não aprendeu absolutamente nada!

Quando você vai perceber que tudo mudou? Será que ainda não ficou bem claro que houve uma ruptura definitiva?

09/05/2020 11H21

Por Fábio Ribas

Sofremos um impacto. O golpe foi letal para muitas pessoas e empresas. Quem está disposto a continuar sente-se entrincheirado. Faltam informações precisas para contra-atacar. Tem sido uma batalha desleal, incompatível e persistente. Lutamos contra algo abstrato, e só conseguimos enxergar o rastro devastador que foi deixado para trás.

É difícil ter que mudar! De acordo com o Dr. Sanam Hafeez, psicólogo clínico e neuropsicólogo, o cérebro reage com dificuldade às mudanças, pois consumimos mais energia ao recrutar mais redes neurais para processar informações novas. 

Se virarmos as costas para os sintomas que aparecem todos os dias, alertando-nos de que algo não está bem, por medo ou preguiça de mudança, certamente seremos surpreendidos! Estes pequenos sintomas, emitidos repetidas vezes, são como gotículas de água, inofensivas, que se juntam para formar uma nuvem, e mais tarde desabam em forma de tempestade. Quando isto acontece é tarde demais, meu caro.

Não existe coisa pior do que ser pego de surpresa, e ser obrigado a juntar os cacos após o impacto. É como se a luz de emergência só se acendesse depois do ocorrido. Evidente, mas inútil. Só nos resta indagar: como eu não percebi isso antes? 

Quais são os sinais que você ignorou hoje? E ontem, qual foi à gota que se juntou a nuvem?
– Uma avaliação negativa no Facebook não vai afetar meu negócio. – Deixar de responder aos e-mails não é tão grave assim. – Este cliente só reclama. Prefiro que vá embora. Uma gota atrás da outra, pling, pling, pling... 

Estrategicamente falando, podemos “prever” o futuro e antecipar as ações para minimizar impactos negativos ou, em um cenário favorável, sair na frente da concorrência. Pegar o timing é crucial.

Um dos fenômenos mais evidentes que estamos observando nas pessoas é a mudança comportamental. O modo de consumir, por exemplo, foi drasticamente afetado. Não estou me referindo apenas à oferta forçada de produtos e serviços on-line, mas também de novas práticas e conceitos de consumo, como a economia compartilhada e a busca por soluções sustentáveis.

Levar a sua empresa para a internet e executar as mesmas práticas obsoletas não vai te salvar. A internet já está cheia de veteranos digitais, verdadeiros tubarões cibernéticos que alicerçaram seus negócios na primeira onda digital, em meados da década de 90. Quem está começando agora, ainda vai precisar percorrer um longo trajeto, competindo com os grandes players. Estamos diante de um abismo que separa o novo do supernovo.

Não estou te desencorajando a começar agora, mas tenha a consciência de começar da maneira correta. Primeiro mude a forma de relacionamento com que trata seus clientes, começando no off-line e compartilhe essas boas práticas on-line. Tenha empatia, pratique a gratidão, estabeleça conexões e acima de tudo seja transparente. 

Se você é bom no que faz não tenha medo, siga em frente, seja persistente, pois como na seleção natural de Darwin, o mercado vai privilegiar os fortes.

 

EDUCAÇÃO

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