* Por Norbert Heinz

Vivemos o momento mais difícil da pandemia. Cada manhã que abro as redes sociais me deparo com despedidas. Não tem como ficar indiferente com tantas partidas. Fico me perguntando durante o dia: quem eram? O que faziam? Que sonhos deixaram pra trás? O que significavam para quem ficou?

Alguns casos me despertam a curiosidade e chego a ler os longos relatos de amigos e familiares. Chego a sentir o afeto e ter saudades de lembranças alheias, tão ricos os detalhes das lembranças. Eu, aquele que peneira palavras diariamente numa busca interminável pelo texto, não posso ignorar tamanha riqueza de vidas abreviadas. Eu só posso fazer aquilo que me permite o isolamento: histórias.

Isso mesmo! O texto desta semana é curto e informativo. Achei que seria importante contar que, desses inúmeros relatos, tenho coletado sementes para novos livros. Não, não são biografias. Não são histórias de vidas. São detalhes! Aquele sorriso que todos fizeram questão de lembrar. Aquele coração altruísta que tantos agradeceram. Aquela disposição e generosidade que poucos tiveram. São esses pequenos e preciosos fragmentos que estou semeando em minhas novas histórias.

Pode ser que no mundo essas pessoas tenham passado. Mas nas minhas histórias, elas passarinhos!