Guarapuava é exemplo para implementação de nova política pública de saúde
Método é disponibilizado à todas as mulheres com idade entre 18 e 49 anos
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC) está realizando uma consulta pública para uso de um método contraceptivo, já disponibilizado há um ano pelo programa municipal de Guarapuava, o “Nossa Família”. Trata-se do uso do dispositivo subdérmico de etonogestrel que pode evitar a gravidez não planejada em mulheres em condição de vulnerabilidade social.
"Foi solicitado a CONITEC que o método fosse oferecido pelo SUS, mas o pedido foi indeferido. Mesmo assim, algumas cidades estudam a possibilidade de implementação do programa utilizado por Guarapuava. Para a sociedade é um beneficio imensurável, especialmente para estas mulheres em situação social vulnerável, ou quando a gestação põe em risco a vida delas e do feto. Além da segurança que o método oferece, prevenindo gestações indesejadas, oferece autonomia e empoderamento feminino”, destacou a coordenadora do Centro de Saúde da Mulher, Sueli Ribeiro.
O método é disponibilizado à todas as mulheres com idade entre 18 e 49 anos, de grupos específicos como dependentes químicas, portadoras de HIV ou no grupo de usuários de medicamentos com potencial teratogênico, ou seja, medicamento que pode causar danos ao feto.
As ações do programa são efetivas no município e já mudam o cenário do planejamento familiar. No primeiro ano de implantação dos métodos, houve a redução de aproximadamente 10% no índice de gestação de alto risco, gestação não planejada e a realização de controle de natalidade de forma eficiente, mesmo com a pandemia.
Mais de 270 mulheres em situação de extrema vulnerabilidade já foram atendidas em um ano de programa, sem contar as guarapuavanas que receberam o atendimento com pílulas contraceptivas orais.
O programa traz uma economia para o município: é mais de mais de um milhão de reais, visto que seria investido quase o dobro deste valor em consultas pré natais em gestações indesejadas.
Outro beneficio é a melhora na qualidade de vida das crianças em lares de vulnerabilidade social. As gestações indesejadas contribuem para dificuldade financeira de famílias que não tem condições para fornecer uma boa perspectiva de vida para os filhos.
O tema já foi debatido pelos membros da CONITEC, e agora busca a participação da população no processo de tomada de decisão.
A consulta pública estará disponível até 01 de fevereiro. Para responder e apoiar a inclusão do programa no SUS, clique aqui.
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