Guarapuava é a primeira cidade do Paraná a receber projeto-piloto do Instituto Água e Terra

Objetivo é mapear as áreas de degradação causadas por atividades potencialmente poluidoras

04/04/2024 06H57

A Prefeitura de Guarapuava, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente juntamente com o Instituto Água e Terra (IAT) e a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), e apoio da Câmara de Vereadores, realizou nessa quarta-feira (3 de abril), a cerimônia de lançamento do projeto-piloto “Levantamento de Áreas Contaminadas e Atividades com Potencial de Contaminação”. 

Guarapuava é o primeiro município do Paraná a receber o projeto do Instituto Água e Terra (IAT), que tem como objetivo mapear as áreas de degradação causadas por atividades potencialmente poluidoras.

“Guarapuava foi o município escolhido por estar sobre o Aquífero Serra Geral, que é o mais explorado pela Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) no Estado e que dispõe da água com as melhores características. O comportamento da água em profundidade é muito complexo, então, nós imaginamos que um programa desta natureza irá ajudar nos estudos que estão sendo realizados em universidades como a USP (Universidade de São Paulo)”, comentou a geóloga do IAT responsável pelo Projeto, Kátia Siedlecki.

A Divisão de Geologia do IAT fará o cadastramento de áreas contaminadas e de áreas com potencial de contaminação. O levantamento da base de dados servirá para classificação, georreferenciamento e representação por meio dos mapas. O Projeto receberá um recurso de R$ 500 mil e deve ser finalizado em dois anos.

A vereadora Beatriz Aparecida Neves (Professora Bia) esteve presente na cerimônia representando o presidente da Câmara de Vereadores, Pedro Moraes. “Gostaria de ressaltar a importância dessa parceria da Secretaria do Meio Ambiente com o IAT. A responsabilidade por um ambiente sustentável é de todos, e nós, enquanto agentes políticos, temos a obrigação de implementar políticas públicas capazes de garantir a proteção da nossa água doce”, argumentou.

“Nós podemos afirmar que hoje em Guarapuava muito dos óbitos, das lesões neurológicas e dos efeitos teratogênicos que a população apresenta são provocados pelo derramamento, descuido e descontrole de componentes como derivados de petróleo e agrotóxicos. Por isso, diagnosticar e propor remediações e um controle desses pontos, levantando exatamente onde estão e quais são as suas características, é fundamental para a saúde ambiental e a saúde humana”, explicou o Chefe do IAT, Marco Antônio Silva.

Durante a cerimônia, o prefeito de Guarapuava, Celso Góes, foi representado pelo Secretário do Meio Ambiente, Germano Toledo Alves. “Nós temos uma fissura na Serra da Esperança, de onde vem a nossa água. No momento, nós não sabemos para onde está indo a água desse vazamento, o que pode causar grandes consequências no futuro. Essa é uma grande preocupação, que esse projeto irá ajudar a identificar a origem para que possamos resolver o problema”, expressou o Secretário.

O evento foi encerrado com a fala do professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Patricio Peralta-Zamora, mestre em química, doutor em ciências e pós-doutor em química biológica. A palestra do professor, intitulada “Poluição Ambiental: Crônica de um Desastre Anunciado”, apresentou a definição de poluição, assim como exemplos de casos que já acontecem e prejudicam o equilíbrio de um sistema.

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