Um egresso do curso de História da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), formado em 2012, foi aprovado no concurso público de admissão à carreira diplomática, uma das seleções mais prestigiadas do país. Luiz Fernando Alves é o primeiro egresso da instituição a garantir essa conquista. “A Unicentro é uma das melhores universidades do Brasil e foi muito importante na minha formação. Sinto orgulho de ter passado por aí”, afirma.

A carreira diplomática é uma das mais tradicionais do serviço público brasileiro. Luiz explica que, conforme a Lei nº 11.440, cabe aos diplomatas representar o Brasil no exterior, negociar acordos, produzir informações estratégicas e proteger os interesses nacionais em escala global. “Um diplomata pode desempenhar várias funções relacionadas a esses aspectos. Tem diplomata brasileiro na Secretaria de Estado em Brasília, ou ainda em Embaixadas e Consulados pelo mundo, ou então em vários organismos multilaterais, como Organização das Nações Unidas, Organização Mundial do Comércio, e até em missões específicas. São muitas possibilidades”, pontua.

O interesse pela diplomacia, conta Luiz Fernando, surgiu após o mestrado em História pela Unesp. “A primeira vez que ouvi falar do concurso foi em 2013, mas, na época, eu ainda fazia mestrado e pensava em seguir carreira acadêmica. Fiz mestrado na Unesp, com um breve período de estágio na Sorbonne, com bolsa da Fapesp, e cheguei a iniciar o processo de doutorado na USP, mas desisti no meio do processo”, lembra. “Acabei decidindo que tentaria o CACD, porque a carreira diplomática tem intersecções com a carreira acadêmica, embora seja uma carreira política”, compartilha.

Luiz Fernando avalia, ainda, que a formação em História foi essencial para reconhecer a afinidade com a pesquisa, bastante valorizada na diplomacia. “O curso de História me fez entender melhor qual seria a área para a qual eu teria maior predisposição, que era a da pesquisa. A carreira diplomática exige, de certa forma, um pendor acadêmico, porque apenas a primeira promoção é automática. Todas as outras dependem, entre outros fatores, de apresentação de algum estudo ou tese”, observa.

A aprovação no concurso, reflete o egresso, é mais do que uma conquista pessoal. Para ele, tem um valor simbólico que destaca a importância de representar uma universidade pública. “Eu sinto que, ao vir da Unicentro, minha contribuição talvez seja mostrar isso para outros alunos da universidade e de outras instituições fora do eixo tradicional, provando que é um caminho possível”, afirmou. Para aqueles que desejarem saber mais sobre a carreira diplomática, Luiz deixa o convite. “Se alguém tiver alguma dúvida sobre a carreira, fique à vontade para me procurar no Instagram”.

SOBRE O CONCURSO

O ingresso na carreira, explica Luiz Fernando, ocorre por meio do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD), atualmente organizado pelo Cebraspe. Reconhecido pelo alto nível de exigência, o processo seletivo é composto por duas fases — uma objetiva e outra discursiva. “Na prova objetiva, são cobrados 240 itens de certo ou errado sobre Português, Inglês, História do Brasil, História Mundial, Política Internacional, Geografia, Direito e Economia. A segunda fase ocorre em dois finais de semana distintos com provas discursivas sobre cada uma dessas disciplinas, incluindo um terceiro idioma, que pode ser Espanhol ou Francês. ”, detalha.

A homologação do resultado foi publicada na quarta (5 de novembro de 2025), no Diário Oficial da União, e a expectativa é que a nomeação ocorra até o início de 2026. “Depois disso, o Itamaraty tem até 60 dias para a nomeação e mais 30 para a posse. Provavelmente, em janeiro já começo no cargo”, comemora.

(Por Maíra Machado)