CALA BOCA JÁ MORREU!Já diria ministra Carmem Lucia “Quer silêncio quem não quer democracia”.

07/05/2020 09H15

Sinceramente, não esperava que a frase “Cala a boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu!”, tão usada nos meus tempos de infância quando alguém, autoritariamente, mandava calar a boca, seria tão bem aplicada, hoje, quando já profissional ouço da boca do Presidente da República um Cala a Boca, tão pouco referindo-se a colegas jornalistas.

Diferentemente de quando somos criança que muitas vezes falávamos o que pensávamos, quando adulto, já não podemos mais falar o que bem entendemos, ao menos não da forma que gostaríamos de falar. É preciso saber o que falar, como falar e o momento certo de falar, pois estaremos sempre correndo o risco de ser mal interpretados, porém, apesar da cautela necessária que precisamos ter em determinadas ocasiões, principalmente tratando-se de jornalismo, o que não podemos admitir é que nos calem.

E é isso que estão tentando fazer com a imprensa, não só com ela, mas com todo e qualquer ato de manifestação por direitos trabalhistas. O ataque e desrespeito aos profissionais da imprensa aconteceu há dois dias de uma equipe de jornalismo do jornal Estadão ser agredida durante a realização de seu trabalho, mostrar para a sociedade o que vem acontecendo no País, e a três dias de profissionais de saúde realizar uma manifestação silenciosa, por melhores condições de trabalho, quando foram igualmente agredidos por simpatizantes do presidente. Passam semanas e meses e as agressões seguem se repetindo, cada vez com mais gravidade na tentativa de nos calar seja como jornalistas, ou como cidadãos que vão contra ou somente questionem a posição do palácio central.

Agora pergunto a vocês, a quem interessa desacreditar o trabalho do jornalismo? Me arrisco a dizer que só não acredita no jornalismo quem não quer prestar contas à sociedade; aqueles que tem “rabo preso”, algo a esconder ou pior ainda, diria quem não quer que as pessoas sejam esclarecidas e bem informadas.

Mas com toda minha essência de jornalista, seguirei cumprindo com meu papel de manter a sociedade informada.

Termino meu desabafo com uma frase da ministra Carmem Lucia, do STF, “Quer silêncio quem não quer democracia”.

Tenho absoluta certeza!

(Foto:Ilustrativa)

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