O setor de bares e restaurantes projeta uma alta de 20% no faturamento no Dia das Mães de 2024. A data, celebrada no próximo domingo (12 de maio), é a segunda principal para o segmento de alimentação, atrás apenas do Dia dos Namorados.

A projeção é da Abrasel – Associação Brasileira de Bares e Restaurantes. Um levantamento realizado pela entidade aponta que 78% dos empresários do setor esperam superar o faturamento do ano anterior no Dia das Mães.

A grande maioria dos bares e restaurantes (77%) planeja abrir no domingo das mães.

RECUPERAÇÃO

O otimismo dos empresários de bares restaurantes com o Dia das Mães está alinhado com a recuperação gradual do setor, que viu uma melhoria nas vendas em março e uma redução nos prejuízos.

Conforme a Abrasel, 31% das empresas do segmento de alimentação estavam no vermelho em fevereiro, índice que caiu para 25% em março. Outras 40% ficaram em equilíbrio e 35% obtiveram lucro.

O levantamento do setor também registrou um aumento de 5,2% no volume de vendas em março, no comparativo com o mês anterior.

“Há notícias boas, como o aumento nas vendas em março e a queda no número de empresas realizando prejuízo. Mas não podemos esquecer que este número ainda é extraordinariamente alto. Quase dois terços do setor não conseguiram obter lucro em março. E também temos situações que precisam de especial atenção, como a do sul do país, com uma crise humanitária por causa das chuvas”, ressalta Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.

A inflação também tem tirado o sono dos donos de bares e restaurantes. Quase 57% dos deles afirmam que não conseguiram acompanhar o aumento inflacionário, que foi de 1,42% no primeiro trimestre do ano.

Diante do cenário de aumento nos preços, 40% dos estabelecimentos não conseguiram reajustar seus preços de cardápio e 17% fizeram ajustes abaixo da inflação.

O endividamento continua num patamar alto, semelhante ao dos últimos levantamentos, com 40% das empresas apresentando pagamentos em atraso. Entre estes, mais de dois terços (68%) devem impostos federais.

Na sequência, 46% dos bares e restaurantes devem impostos estaduais, 38% têm parcelas de empréstimos bancários em atraso, 29% devem encargos trabalhistas/previdenciários e 27% estão em débito com serviços públicos como água, gás ou energia elétrica.

“Temos de voltar o olhar para as empresas com problemas e botar para andar um plano de recuperação. É difícil para o empreendedor sair de uma situação de dívidas acumuladas e prejuízos recorrentes sem apoio”, completa o presidente da Abrasel.