Afinal, de quem é a culpa da explosão de casos de Covid-19 em Guarapuava?

* Por Rogério Thomas

12/01/2022 09H20

A explosão de casos de Covid-19 em Guarapuava nessa última semana trouxe à tona um ato que é comum ao ser humano: APONTAR UM CULPADO.

A Psicologia traz farta literatura que enfatiza que o ser humano tende a sempre tentar colocar a culpa em outras pessoas ou fatores externos para justificar seus comportamentos, posturas ou resultados que não foram considerados satisfatórios. É muito comum se esconder atrás dos muros criados pela própria mente para se defender das frustrações, mesmo que isso aconteça de maneira inconsciente: por mais que o indivíduo saiba que cometeu um erro, sua mente ativa mecanismos defensores que tentam encontrar maneiras de fazer com que ele escape da culpa.

Então vamos lá, tentar realizar a difícil tarefa de encontrar um culpado para a explosão de casos em Guarapuava.

Vamos às possibilidades de culpa:

- O primeiro grande vilão é o próprio vírus, que através de mutações está combatendo de frente a guerra com a Saúde e a Ciência. Quando se conhece o inimigo melhor, ele já está assumindo outra forma, e continuando a procurar espaços para se proliferar;

- EU mesmo sou um culpado, pois se encontro um amigo e um vizinho eu tiro a máscara para conversar, estendo a mão, até já estou arriscando abraços. E como nós fizemos isso no final de ano, né? Natal e Ano Novo com família e amigos foi uma benção;

- O verão é um culpado, pois não há como resistir, né? Uma saída à noite e freqüentar estabelecimentos fechados, com dezenas de amigos, sem máscara, para “tomar uma gelada” e socializar é extremamente necessário. E a praia? Como não ir à praia nesse calorão?

- Como resistir às promoções nas lojas, não é? E é difícil de provar roupas com máscara, por isso, melhor tirar. Fica mais fácil também para falar com as vendedoras.

- Nos mercados, o distanciamento não é mais respeitado. Já é possível sentir a respiração da pessoa que está atrás de você na fila do açougue, mesmo com as marcações de distanciamento no chão. No caixa, as pessoas já se aglomeram para conversar, muitas vezes tirando a máscara.

Enfim, podemos citar centenas de culpados, mas uma coisa é certa: O VÍRUS VEIO PARA FICAR, somos nós quem temos que nos defender dele. E o vírus é mais rápido que a Ciência e a Saúde, pois está sempre um passo à frente.

A vacinação é a forma mais segura de enfrentarmos a pandemia, pois garante maior resistência ao nosso corpo em caso de infecção. VACINA NÃO É A CURA, é uma proteção.

A dificuldade para assumir os próprios erros existe porque encontrar culpados se tornou um hábito do ser humano: se está sofrendo é porque alguém está causando este sofrimento, se algo não deu certo é porque alguém conspirou contra você, e assim por diante. Essa postura faz com que a pessoa acabe gastando muita energia desnecessariamente, visto que é uma grande perda de tempo tentar encontrar culpados pela situação.

Ainda estamos no meio da batalha!

Somos todos vítimas e culpados! Estamos todos no mesmo barco, sem poder atracar. E o vilão está embarcado conosco!

Rogério Thomas

Formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) em Comunicação Social - Bacharelado em Jornalismo. Já correu esse mundão de Deus, mas ainda não viu de tudo.

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