Foto original de como o corpo do pequeno Antony Benjamin foi encontrado. GMAIS deixou apenas a silhueta da criança, porque a imagem é chocante. Apenas uma das faces estava mergulhada no banhado, junto a um lago, e o restante do corpo, de fora. O ferimento numa das orelhas é visível. Os policiais dizem que não houve assassinato, mas querem saber como uma criança tão pequena conseguiu sair sozinha. Populares questionam: estando a 600 metros do ponto de origem, por que tanta demora para achar o corpo?

A Polícia Civil de Guarapuava concluiu que a morte de Antony Benjamin  Silva Freitas, de 1 ano e 7 meses, foi por afogamento sem a participação de outra pessoa, afastando a hipótese de assassinato. O corpo de Antony foi encontrado dia 11 junto a um lago na Fazenda Santa Terezinha, localidade de Junqueira (Jordão/Entre Rios), a 24 quilômetros do centro de Guarapuava. O menino estava debruçado sobre o banhado, com uma das laterais do rosto submersa na água, e tinha ferimento numa das orelhas.

A morte da criança chocou o Paraná (muitos sites estaduais reproduziram noticiário do GMAIS). Ela estava com os pais, amigos e outros familiares numa festa na fazenda e foi dada como desaparecida por volta das 17 horas do dia 10, um domingo, e só foi localizada no dia seguinte, após 16 horas de buscas, a 600 metros do ponto onde sumiu. O corpo apresentava sinais de que o menino morreu no máximo duas horas antes, segundo uma avó relatou, com base em informações de um perito, o que revela que ele pode ter amanhecido vagando por cerca de 14 horas dentro da mata.

O local exato onde o corpo do menino foi encontrado. Bombeiros informaram que realizaram buscas em todos os lagos e rios, a 500 metros do ponto de origem. Menino estava a 600 metros. De acordo com os bombeiros, todos os procedimentos em casos assim foram adotados

DIFERENTES VERSÕES – Durante a fase de inquérito, a imprensa e os policiais foram bombardeados com várias versões, principalmente de pessoas que ajudam nas buscas naquela noite. Muitas vieram em forma de críticas à atuação do Corpo de Bombeiros, que, em nota oficial, disse ter feito um "pente fino" em toda a área, rios e lagos, num raio de 500 metros quadrados (o menino estava a 600 metros), com apoio do Grupo de Operações e Salvamento Tático (GOST) de Curitiba. A operação dos bombeiros começou logo após o desaparecimento, com auxílio de voluntários. Segundo consta, a criança foi achada por um tio, e não pelos bombeiros.

O fato de não encontrarem o menino ao longo da noite e da madrugada é que gerou toda a controvérsia. Causou mais espanto, ainda, os bombeiros declararem, na nota oficial, que rastrearam 500 metros na circunferência do local do desaparecimento, na mata, rios e lagos, e o corpo estava a 100 metros desse raio, com todo o corpo de fora, só uma das  faces na água, próximo a uma lagoa. O Corpo de Bombeiros disse que a primeira equipe a ser acionada foi a da Colônia Vitória, de Entre Rios, mais perto do local, e que todos os procedimentos cabíveis foram adotados.

O delegado-chefe da 14ª Subdivisão Policial de Guarapuava, Rubens Miranda Junior, responsável pelo inquérito, considerou as diferentes versões, que circularam intensamente na internet, mas garantiu, repetidamente, que a morte foi uma "fatalidade", negando um assassinato. Foi investigada até a suspeita de "filícidio" (quando pais matam filho), concluindo-se, segundo o delegado, que a maneira como Antony Benjamin era tratado não justifica tal atitude. "Estamos investigando, porém, como é que a criança foi deixada sozinha, se houve negligência de alguém", antecipou Rubens Miranda Junior.

O Instituto Médico Legal não divulgou ainda o laudo oficial. Para explicar o machucado na orelha (a lateral do rosto ferido estava coberta de sangue), um perito comentou que foi provocado por um pássaro chamado "caruncho". GMAIS está em busca de dados sobre esse pássaro, desconhecido da maioria dos moradores da região, por esse nome, e aguarda o laudo final para maiores esclarecimentos.