O presidente Michel Temer sofreu uma de suas maiores derrotas na Câmara Federal no final da tarde desta segunda-feira (10), com o parecer do relator do processo de cassação, deputado Sérgio Zveiter, que recomenda o prosseguimento da denúncia por corrupção contra o atual presidente.

O relator pertence ao partido de Temer, o PMDB, o que, segundo os analistas, sinaliza para uma tendência de derrocada do presidente, cada vez mais fragilizado no poder.

Há intensos movimentos nos bastidores em Brasília, de um lado por iniciativa de Temer, que se reuniu com deputados e senadores neste domingo, e do outro da oposição que começa a compor um núcleo forte pela saída do presidente.

Temer deixou claro, a diversos interlocutores, que não vai renunciar e que resistirá até as últimas chances de se manter no poder. Ele joga com um discurso favorável ao mercado financeiro, assegurando que fará aprovar as reformas trabalhista e previdenciária.

Para mostrar esta disposição, Michel Temer vem distribuindo uma série de benesses para os deputados que apoiarem as reformas, e demonstrem compromisso em mantê-lo na Presidência da República.

Simultaneamente, deputados que fecham o cerco contra Temer abrem os flancos a favor do presidente da Casa, Rodrigo Maia. Mais à esquerda, parlamentares articulam por eleições diretas já.