Veja o que o padre Sércio Catafesta, acusado de superfaturamento, diz em depoimento

Pelo menos, 40 pessoas estiveram no Fórum de Guarapuava para a audiência diante da juíza Paola Gonçalves Mancini e do promotor Vitor Hugo Honesko

31/01/2017 00H37

Por G1 Paraná

O padre Sércio é acusado de desviar dinheiro da Mitra Diocesana em Guarapuava, na região central do Paraná. Outras três pessoas são rés no mesmo processo.

O desvio ocorria por meio de superfaturamento de mão-de-obra, na reforma da casa de formação de líderes da cidade.

Audiência
A audiência começou às 14h de quinta-feira (26) e só terminou no começo da madrugada de sexta (27). Ou seja, foram quase 12 horas de depoimentos. Os advogados do padre Sércio Catafesta e dos outros três acusados indicaram 60 testemunhas de defesa.

Pelo menos, 40 pessoas estiveram no Fórum de Guarapuava para a audiência diante da juíza Paola Gonçalves Mancini e do promotor Vitor Hugo Honesko, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Vinte e seis foram efetivamente ouvidas, incluindo duas testemunhas de acusação. O restante foi dispensado.

O bispo de Guarapuava, Dom Wagner da Silva, foi um dos indicados como testemunha de defesa. Porém, por causa de um pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR), aceito pela Justiça, o bispo foi ouvido como informante, o que significa que ele não tem obrigação legal de dizer a verdade. Além disso, o depoimento dele pode ter um peso menor para a Justiça.

Respondendo a perguntas feitas pelo advogado de defesa dos réus, o bispo disse que a reforma da casa de formação de líderes era uma necessidade da diocese.

O padre Sércio Catafesta, responsável pelo dinheiro da diocese, disse na audiência que chegou a pagar R$ 12 mil por mês para o funcionário contratado para reformar as partes elétrica e hidráulica da casa.

O MP-PR considera o valor pago acima da média do mercado, e este seria um dos indícios de superfaturamento. O padre afirma que, no valor, estavam incluídos serviços em outros imóveis da diocese.

O padre Sércio Catafesta também respondeu perguntas sobre o outro crime do qual é acusado na Operação Sacrilégio – o de ameaçar testemunhas durante o processo. Essa acusação tem como base gravações de conversas entre o padre e dois ex-funcionários da diocese que desconfiaram dos pagamentos pra reforma.

Perante a juíza, o religioso disse que o áudio foi gravado durante um jantar com ex-funcionários, onde tomou cerveja. Ele negou que estivesse ameaçando o funcionário na gravação.

A expectativa é que uma sentença saia ainda em 2017. Faltam os depoimentos de seis testemunhas, que serão ouvidas em outras cidades. Depois disso, acusação e defesa apresentam as alegações finais e, então, a juíza decide se os réus são culpados ou não.

O advogado do padre Sércio Catafesta e dos outros três réus informou que, nesta segunda-feira (30), não podia se manifestar sobre o assunto. O MP-PR preferiu não se pronunciar nesse momento, já que ainda existem provas que serão produzidas no processo.

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